terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Aquele abraço

Shades of Strength, por Paul Richmond
Tudo ainda é sonho. É desejo, ardente. Tudo ainda é fantasia. Mas aquele abraço... Aquele abraço foi real. Foi real sentir seus braços. Foi real sentir você me envolvendo. Foi real, ao menos uma vez, sentir-me seu. Completamente. Aquele abraço foi minha salvação. Ouvir sua voz bem perto do meu ouvido. Sentir seu hálito no meu rosto. Tocar sua face com a minha. Olhar seus olhos infinitos. Tudo era um sonho real. Nós nos unimos num breve instante. Mas um breve instante eterno. Seu calor foi meu calor. Seu coração batia no mesmo ritmo do meu. Aquele abraço foi meu desejo. Pensar que eu, enfim, pertencia a você. Perder-me nesse sonho. Agarrar-me a essa fantasia. Mesmo que por alguns segundos, que poderiam ter sido milênios. Naquele abraço eu vi. Não pertencemos ao tempo. Estamos além disso. Meu desejo viaja para fora dos limites da razão. Desejar você naquele abraço não é algo que eu possa compreender neste mundo duro e burocrático. Essa vontade surge de uma realidade paralela. Paralela e profunda. Incognoscível. Mas a minha realidade. Aquele abraço rompeu essa barreira. Trouxe para este o meu mundo. Minha alma cresceu e se encheu de esperança. Aquele abraço foi a minha salvação. Minha fantasia. Meu desejo. Meu sonho.

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