quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Fragmento 5


Sei o puldo das palavras a sirene das palavras

Não as que se aplaudem do alto dos teatros

Mas as que arrancam caixões da treva

e os põem a caminhar quadrúpedes de cedro

Às vezes as relegam inauditas inéditas

Mas a palavra galopa com a cilha tensa

ressoa os séculos e os trens rastejam

para lamber as mãos calosas da poesia

Sei o pulso das palavras parecem fumaça

Pétalas caídas sob o calcanhar da dança

Mas o homem com lábios alma carcaça
.
Vladimir Maiakóvski

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