quinta-feira, 1 de julho de 2010

Pássaro

se te quero, tenho que dizer
mas se não me escutas, não quero gritar
prefiro sofrer o silêncio
mas te ter

deveria ser livre
viver
voar
amar
te amar
ser feliz
mas não encontro meu caminho

e de repente você

amor
meu verbo (intransitivo)
meu fogo
minha dor
incontrolável vontade de...
agora e jamais
amanhã e já não mais

tem-me
completamente
mas onde estás que não te encontro?
aqui estavas agora mesmo
e já te foste voar outros céus

resta meu canto
solitário
peregrino
estrangeiro
louco

meu caminho é junto ao teu
mas ainda me é desconhecido
caminharei
traça-lo-ei enquanto te busco
encontrar-te-ei, estejas certo disso

e a música
suave
confidente
misteriosa
mística
poderosa
estridente

inabalável balada de ti

e sem porquês
e sem buquês
e sem embriaguez
só com você
somente e sozinho

você em mim
eu oceano
eu ilha
eu céu

sou livre (?)

2 comentários:

  1. Olá, Jairo!
    Tenho agora, também, a oportunidade de conhecê-lo de maneira maior: através das palavras. Como penso que palavras possuem o poder de maquiar os seus usuários (escritores), prefiro acreditar no que minha "grande amiga" Heloá me diz sobre você. Posso afirmar, com certeza, que se você for, ao menos, metade do que ela me diz, já é uma pessoa maravilhosa.

    A minha "grande amiga" havia me dado o endereço do blog há algum tempo. Portanto, estive aqui antes e gostei demais do que li. Seus textos me transmitem algo sem definição: Libertador como um grito de guerra e ao mesmo tempo aprisionador como algemas. Uma antítese complexa que só podemos encontrar em bons textos. Parabéns!

    Tenho, agora, uma pergunta a fazer: Alguma musa inspiradora? hehe... Brincadeira...

    Continue nos envolvendo com esses textos, pois, assim como um bom vinho, é preciso apreciá-los com moderação, entretanto, sempre!

    Abraço,

    Gabriela.

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